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6 de jun. de 2013

POVO PAITER SURUI PODE CRIAR A PRIMEIRA UNIVERSIDADE INDÍGENA BRASILEIRA

Foram quatro dias de experiência, conhecendo a Universidade Indígena da Venezuela. Amir Surui, Ivaneide Bandeira, Arildo Surui e Chicoepab Surui, representando as Associações Kanindé, Metareilla e ECAM, foram conhecer de perto a estrutura da UIV, Universidade Indígena da Venezuela, criada há 12 anos e que acaba de ser reconhecida formalmente pelo governo venezuelano. Foi o ultimo ato, em relação aos indígenas, do ex-presidente venezuelano Hugo Chávez. Até então a estrutura era mantida apenas por voluntários. “Ficamos impressionados com a estrutura que eles mantêm, com o sistema de gestão e os programas adotados”, explicou Ivaneide Bandeira. A UIV atende 100 alunos, de nove povos diferentes. A maioria da etnia Ye´Kawana, mas têm também os Warão, Yukpa, Mako, Shinano, E´ñepa, Huottoa, Jiv, Punê, Karina, Pernon.
Como funciona a Universidade Indígena da Venezuela
Todos os professores são voluntários e a coordenação é indígena. A Venezuela possui o Ministério dos Povos Indígenas, e a UIV é uma universidade singular projetada para oferecer uma modalidade de educação intercultural e experimental para estudantes originários das comunidades indígenas na Venezuela. Ao acessar a conexão por satélite da universidade, que foi disponibilizada pelo programa do governo denominado Infocentros, os estudantes podem usar a internet para compartilhar imagens das atividades, das instalações e da natureza deslumbrante ao redor do campus de 2 mil hectares localizado em Tauca, no estado de Bolívar.

Durante as aulas os alunos aprendem a valorizar a própria cultura, os sistemas de agricultura tradicional, com SAF – sistema agroflorestal, conteúdo comum para todos. “Isso fortalece a relação dos índios com a terra e a natureza”, ressalta Almir Surui.
O conteúdo oferecido inclui além de historia e geografia, sistema de governança política, agricultura, marcenaria, criação de pequenos e grandes animais, como peixes, patos e búfalos.
O mais interessante é que essa modalidade de ensino garante a inclusão dos povos indígenas garantindo um ensino diferenciado, o que não ocorre no Brasil,  ressalta Ivaneide Bandeira. Hoje o sistema, valoriza apenas a cultura do homem branco. O ensino bilíngüe nas escolas indígenas não pode ser considerado diferenciado, apenas replicamos.
Universidade Indígena do Brasil Paiter
A partir dessa visita a Associação Metareila, com o apoio dos parceiros, pretende implantar na cidade de Cacoal, onde hoje está instalado o Centro de Formação Paiter Suruí, a Universidade Indígena do Brasil Paiter Suruí, garante Almir Suruí, líder maior dos Paiter Suruí. Mas essa universidade será para indígenas e não indígenas, explica Ivaneide Bandeira. A idéia é incluir as duas culturas e atender a todos os públicos. Essa ação faz parte do Plano de gestão 50 anos do Povo Paiter Suruí.
Centro de Formação Paiter Surui
Já temos muitos indígenas fazendo curso superior nas faculdades e universidades espalhadas pelo Estado, mas com uma universidade indígena vamos fortalecer a relação dos índios com a terra e a natureza, já que o conteúdo vai valorizar a cultura dos indígenas.

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